terça-feira, 27 de janeiro de 2009

BELEZA & SAÚDE BUCAL

Cirurgião-dentista Dr. Caio Racy comenta sobre o Mau Hálito
Rodrigues Freire

Muitas pessoas tem mau hálito e não sabem disso. O mau hálito constante
pode fazer com que essas pessoas não percebam o próprio hálito. Em contrapartida,
pessoas com períodos de halitose e períodos de normalidade conseguem percebê-lo.

O mau hálito da manhã é considerado fisiológico. Ele acontece devido à leve
hipoglicernia, à redução do fluxo salivar para virtualmente zero durante o sono
e ao aumento da flora bacteriana. Após a higiene dos dentes, da língua e após
a primeira refeição a halitose matinal deve desaparecer. Caso isso não aconteça,
podemos considerar que o indivíduo tem mau hálito e que este precisa
ser investigado e tratado.

Para identificar a presença do mau hálito, peça a um familiar ou a um amigo
de confiança que faça essa avaliação para você. Caso sinta se constrangido
a pedir a alguém que o avalie, procure um cirurgião dentista para que este possa
ajudá-lo no diagnóstico e no tratamento da halitose.

Atualmente é possível medir o mau hálito. Um aparelho chamado Halimeter@,
capaz de medir compostos sulfurados voláteis serve para orientar quanto
à gravidade da halitose e quanto à melhora e à cura durante o tratamento.

A causa do mau hálito, não pode ser explicada por um único mecanismo.
Existem razões fisiológicas (que requerem apenas orientação); razões patológicas
(que requerem tratamento); razões locais (feridas cirúrgicas, cárie, doença
periodontal etc.) ou sistêmicas (diabetes, uremia, prisão de ventre etc.).
Apesar disso, 96% ou mais dos casos de halitose se devem à presença de saburra
lingual e, assim, devem ser tratados.

A saburra é um material esbranquiçado ou amarelado, que adere ao dorso
da língua em maior proporção na região do terço posterior. A saburra equivale
a uma placa bacteriana lingual, em que os principais organismos presentes
produzem componentes de cheiro desagradável no final de seu metabolismo.
O mau hálito não é contagioso e a saburra somente se forma em pessoas
com predisposição à sua formação. Por esta razão, é muito comum casais
em que apenas um dos parceiros apresenta hálito muito desagradável.

A principal causa da formação de saburra é a redução leve do fluxo salivar,
com a presença de uma saliva muito mais rica em mucina e que facilita a aderência
de microrganismos e de restos epiteliais e alimentares sobre o dorso da língua.
Com a avaliação das causas da redução do fluxo salivar pode-se decidir
sobre o melhor tratamento.

Quando o mau hálito é esporádico, devemos realizar uma higiene bucal e lingual
adequadas e estimular a salivação com balas sem açúcar, gomas de mascar
ou gotas de suco de limão com um pouco de sal. Devemos ainda evitar o excesso
de proteína, gordura, condimentos e alimentos de cheiro carregado e manter
uma freqüência de ingestão de água e de alimento a cada 3 ou 4 horas. O uso
de gomas de mascar melhora o hálito e age como um mascarador do hálito
e aumentando a salivação.

Embora seja muito comum pacientes com gastrite terem mau hálito, as pessoas
acreditam que um é causa do outro e que o mau hálito vem do estômago.
Isso não é verdade. A redução do fluxo salivar propicia a formação de saburra,
a qual permite que o Heficobacterpilor se instale no dorso lingual, prolifere
e aumente em número, podendo chegar ao estômago e desencadear a gastrite
Portanto, a manutenção do fluxo salivar em condições normais não evita apenas
a formação de saburra e mau hálito, mas também previne a possibilidade
de o paciente se tomar predisposto a gastrite.

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